sábado, 22 de novembro de 2008

O DESEMPREGO E A ESTATÍSTICA

O desemprego baixou nas últimas estatísticas apresentadas há poucos dias. Boa notícia para os Portugueses e sobretudo para o Governo, que por um lado tem uma lufada de ar fresco nos últimos tempos (com o tema da Educação nas primeiras páginas nas últimas semanas, não tem sido fácil) e porque a um ano de Eleições constitui um bom indicador para as promessas que os Governantes fizeram ao País.
No entanto questiono: serão as sondagens fidedignas? Em que é que se baseiam as sondagens? No IEFP (Centro de Emprego)? Isto porque há muito boa gente, como eu, que nem se deu ou dá ao trabalho de se inscrever no Centro de Emprego. Porquê? Porque, em primeiro lugar o IEFP, na minha modesta opinião, não valoriza os desempregados qualificados deste País. Os licenciados no Centro de Emprego são tratados como outro trabalhador qualquer e que me desculpem as pessoas, mas a primeira Instituição a valorizar e promover os licenciados (qualificações superiores quer dizer alguma coisa?) deveria ser o IEFP. Quando se vêem concursos onde é requisitado um licenciado, que para além da formação superior que tem ainda solicitam que fale 4 línguas, tenha carro próprio e pagam 600,00 euros/mês?! O que é isto? Gozo? Brincadeira? É verdade, há muitos anúncios no IEFP com estas características! Em segundo lugar porque já existiram muitas situações de concursos em que as pessoas chegavam às entrevistas de Emprego e ou o anúncio era falso, ou já tinha decorrido há muito tempo, ou até diziam-nos com franqueza (na Empresa que requisitava o trabalhador) que o posto de trabalho em causa já estava destinado a uma pessoa. Estas são as razões para muitas pessoas não estarem inscritas no IEFP. Dito isto: que valor têm as sondagens se não abrange todo o universo de pessoas?
Em 2005 eu estava desempregado (1 ano e meio). Com as eleições legislativas em Fevereiro e a vitória de Sócrates, abrem-se dezenas, centenas de Estágios Profissionais. Eu fui um dos contemplados. Sei que centenas de licenciados conseguiram, como eu, realizar um Estágio Profissional numa Instituição ou Empresa, o que contribuíu para a baixa do desemprego (mas de uma certa forma fictícia). Logo a Imprensa noticiou que Sócrates tinha conseguido baixar drasticamente o desemprego, mas a Imprensa esqueceu-se de 9 meses depois (quando acabaram os Estágios) de acompanhar a estatística do desemprego. Resultado: aumentou bruscamente!!! O País já estava em declínio económico e os Estágios Profissionais foram areia para os olhos de muita gente. A mim, particularmente, soube-me bem, porque fui bem pago, para um Estágio, e trabalhei imenso, o que me possibilitou ganhar muita experiência na minha área... mas no fim voltou tudo ao mesmo e apesar do meu bom desempenho voltei para o desemprego!
Não acredito em estatísticas sobre o desemprego em Portugal...

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